Justiça manda apreender telefone de envolvido no escândalo da VaideBet. Saiba mais!
O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner determinou nesta segunda-feira a apreensão dos telefones celulares de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, empresário que intermediou o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. A Polícia Civil de São Paulo investiga a possibilidade de que comissões pagas pelo clube tenham sido desviadas para empresas de fachada.
A decisão judicial inclui a quebra de sigilo dos dados telemáticos do empresário, que deve depor nesta terça-feira na delegacia responsável pelo caso. Segundo os investigadores, o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) demonstrou que Cassundé movimenta grandes quantias de dinheiro em espécie, sugerindo possível lavagem de dinheiro.
Cassundé, sócio da empresa Rede Social Media Design, intermediou o acordo entre o Corinthians e a VaideBet. Após receber parte da comissão, fez duas transferências que somam mais de R$ 1 milhão para a empresa Neoway, apontada como de fachada. A polícia também identificou outras três empresas relacionadas à Neoway com características de “fantasmas”.
Em entrevista ao Fantástico, o advogado de Cassundé, Cláudio Salgado, admitiu a relação entre seu cliente e a Neoway, prometendo esclarecimentos futuros. Segundo Salgado, as transferências têm relação com a contratação de “serviços de telemedicina”.
A suspeita de desvio de valores levou a VaideBet a rescindir o contrato de patrocínio com o Corinthians, que era válido até o final de 2026 e tinha valor de R$ 370 milhões. O contrato foi rescindido em 7 de junho, após a patrocinadora notificar o clube extrajudicialmente pedindo esclarecimentos sobre as notícias envolvendo a possível utilização de “laranjas” para desvio de comissões.
O Corinthians respondeu à notificação, afirmando estar colaborando com as investigações. A Polícia Civil abriu inquérito e busca esclarecer a denúncia feita pelo “Blog do Juca Kfouri” de que a empresa Rede Social Media Design teria repassado parte do valor recebido a uma empresa “laranja” chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
O clube, que recebeu cerca de R$ 66 milhões do contrato desde janeiro, agora enfrenta uma crise institucional e a pressão da opinião pública. A última atualização da Polícia indica a possibilidade de uma investigação paralela, com a contratação de um detetive particular.
Adriana Ramuno, funcionária de um detetive particular, foi a segunda testemunha ouvida no caso. Ela relatou ter feito perguntas a Edna Oliveira dos Santos, citada como “laranja” na investigação. Adriana deve esclarecer mais detalhes sobre a investigação na capital paulista.
O depoimento de Alex Cassundé está marcado para terça-feira, dia 25, e o chefe de Adriana, identificado apenas como Felipe, também será intimado a prestar esclarecimentos nas próximas semanas. Cassundé recebeu R$ 1,4 milhão dos R$ 25 milhões acordados pela intermediação, e agora é alvo de investigação por supostos repasses a uma empresa “fantasma”.