Na noite desta segunda-feira, os órgãos fiscalizadores do Corinthians aprovaram o orçamento proposta pela atual diretoria para 2025. O documento passou pelo crivo do Conselho Fiscal, do Conselho de Orientação (Cori) e do Conselho Deliberativo do clube. O Cori, porém, pediu a retirada da vaquinha organizada pela Gaviões da Fiel do orçamento.
As informações foram divulgadas pela Central do Timão e pelo UOL Esporte. A alta cúpula alvinegra, liderada pelo presidente Augusto Melo, prevê uma receita bruta de R$ 795 milhões – um aumento de 13% em relação a 2024 (R$ 702 milhões). Além disso, há a expectativa de fechar o próximo ano com superávit de R$ 34 milhões.
Como mostrado pelo Meu Timão, a projeção orçamentária também traz resultados de 2024, que ficou bem abaixo do previsto no início do ano. O Corinthians termina o ano com déficit financeiro de R$ 237,8 milhões, ao contrário do superávit estimado de R$ 17,5 milhões.
Apesar de aprovar o orçamento, o Cori pediu que o projeto DoeArena fosse retirado da previsão orçamentaria. Conforme divulgado pelo Meu Timão na última semana, o Corinthians contava com a campanha, realizada pela Gaviões da Fiel, como ponto principal para diminuir a dívida da Neo Química Arena.
O clube alvinegro dividiu o impacto em cinco cenários, considerando que a ação Doe Arena Corinthians, que está no ar desde o dia 28 de novembro, acumule R$ 50 milhões ao fim de 2024. Dessa forma, a visão mais otimista prevê uma arrecadação de R$ 600 milhões no próximo ano, o que zeraria o gasto com juros já em 2026 junto à Caixa Econômica Federal.
Ainda segundo o UOL Esporte, o Cori também pediu a retirada do projeto de oferecer cotas da Neo Química Arena ao mercado em 2025. O Fundo Imobiliário da Arena foi criado pela gestão Duilio Monteiro Alves e resgatado por Pedro Silveira, atual diretor financeiro.
Com os vetos, o Corinthians precisará revisar a previsão de redução de dívida.
A principal fonte de faturamento ao clube alvinegro ainda será os direitos de transmissão: R$ 340 milhões. A partir de 2025, vale destacar, o Corinthians tem acordo com a Liga Forte União (LFU) para cessão de direitos até 2029 no Brasileirão, com valor anual de R$ 220 milhões.
Outros destaques ficam para a expectativa no repasse dos direitos federativos de atletas e patrocinadores. O Timão espera faturar R$ 181 milhões líquidos com a venda de jogadores e R$ 212 milhões em contratos de patrocínio.
Origem Receitas | Projeção dos valores |
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Direitos de TV | R$ 340 milhões |
Patrocínios | R$ 212 milhões |
Repasse de direitos federativos (vendas de jogadores e mecanismo de solidariedade da Fifa) | R$ 241 milhões |
Arrecadação de jogos (bilheteria) | R$ 114 milhões |
Receitas de marca e outras (licenciamento, franquias, royalties, Fiel Torcedor, loteria e receitas diversas) | R$ 98 milhões |
Contribuições dos associados (venda de títulos patrimoniais e mensalidades) | R$ 28 milhões |
Explorações comerciais (locações, como teatro, memorial, salão nobre, pontos comerciais, eventos e parcerias) | R$ 4 milhões |
O clube pode ter um incremento pelo desempenho esportivo, embora tenha traçado metas modestas para a equipe profissional masculina. O Corinthians tem os seguintes objetivos:
Com relação aos gastos, o Corinthians espera economizar 20% de 2024 para 2025: R$ 693 milhões para R$ 554 milhões. As despesas seguem a seguinte linha:
Origem das despesas | Projeção dos valores |
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Gastos pessoais (folha salarial em geral) | R$ 346 milhões |
Gerais e administrativas (gastos com eventos, manutenções) | R$ 92 milhões |
Outras despesas com jogos | R$ 45 milhões |
Serviços | R$ 70 milhões |
Despesas com repasses dos direitos federativos | R$ 60 milhões |
Amortização e depreciação | R$ 102 milhões |
Despesas financeiras líquidas (juras e multas ao saldo devedor) | R$ 232 milhões |
A dívida do Corinthians cresceu em relação ao último orçamento, saltando de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,39 bilhões. Deste total, R$ 657 milhões correspondem à Neo Química Arena e R$ 1,7 bilhão é referente ao clube.