O Athletico vive dias impensáveis para quem começou o Campeonato Brasileiro pensando em vaga direta para a Copa Libertadores e até em título. Após o rebaixamento para a Série B, confirmado no último domingo (8), o Furacão está em polvorosa. Praticamente todo o departamento de futebol caiu, há a expectativa de abrir mão de quase todos os estrangeiros. Nem mesmo os líderes do elenco estão garantidos. Está difícil até para falar com o presidente Mário Celso Petraglia.

Nos últimos dias, Petraglia não está atendendo ligações. Mas responde a mensagens em aplicativos de texto. De qualquer forma, há cartolas tentando conversar com o presidente do Athletico e não estão conseguindo. Em cuidados médicos intensivos desde a última internação, há alguns meses, o cartola não deveria (por orientação médica) se dedicar por inteiro ao Furacão. Mas ele participou ativamente de todas as decisões do clube – e, claro, foi quem disse o que seria feito e o que não seria feito.

Por enquanto está muito clara que a “reestruturação ampla na área do futebol” não é apenas uma figura de retórica. Caíram, de segunda (9) para cá, o gestor Paulo Miranda, o diretor Paulo Autuori, o técnico Lucho González, o auxiliar Juca Antonello, o coordenador Fabrício Vasconcellos, o preparador físico Gustavo Porto e o analista de desempenho Pedro Niehues. E é importante lembrar que o departamento de scout tinha sido inteiro demitido por Autuori há três meses. Ficou só o diretor financeiro Márcio Lara, que foi o indicado por Petraglia para comandar o futebol.

Elenco do Athletico

No elenco do Athletico, as alterações também serão profundas. O que se imaginava há alguns meses era que apenas Madson, que não teria seu contrato renovado, e Christian, acertado com o Cruzeiro, seriam as saídas principais. Mas o zagueiro Luan Patrick puxou a fila do adeus, antes mesmo do final do Brasileirão. Saem também Gabriel e Bruno Praxedes, devolvidos aos clubes de origem. E Kaique Rocha e Erick estão disponíveis no mercado para negociações. Além dos estrangeiros, todos negociáveis.

Hoje é possível dizer que só Mycael é intocável no Athletico. Nem mesmo Pablo, Thiago Heleno, Nikão e Fernandinho estão garantidos no Furacão de 2025. Nikão quer ficar, mas depende do clube fechar um novo contrato. Pablo e Thiago Heleno, com vínculos em vigor, podem ser chamados para uma rescisão amigável. E Fernandinho tem a decisão em seu poder – se permanece no Rubro-Negro por mais um ano, se vai para outro clube ou se decide encerrar já a carreira de jogador.