A polícia do Irã prendeu nesta quinta-feira, 24, um dos jogadores de futebol mais famosos do país, acusando-o de espalhar propaganda contra a república islâmica e tentar minar a seleção nacional da Copa do Mundo.
Voria Ghafouri, ex-capitão do clube Teerã Esteghlal, é um ativo defensor da minoria curda iraniana, e já mandou recados ao governo nas redes sociais para “parar de matar curdos”. Ele já havia sido detido anteriormente por criticar o ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif.
O jogador foi detido após um treino com seu time, o Foolad Khuzestan, sob a acusação de ter “manchado a reputação da seleção nacional e espalhado propaganda contra o Estado”, disse a agência de notícias Fars.
O Irã enfrenta o País de Gales nesta sexta-feira, 24, na sua segunda partida da Copa do Mundo. A seleção iraniana já se envolveu em polêmica depois de não cantar o hino nacional antes do jogo contra a Inglaterra, e a prisão de Ghafouri é vista como um aviso para os jogadores não repetirem seus protestos.
Nos últimos dias, ministros acusaram Ghafouri de ser um separatista curdo, mas ele respondeu que daria sua vida pelo Irã. No início deste ano, o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que “algumas pessoas, que se beneficiam da paz e segurança do país, desfrutando de seus empregos e de seus esportes favoritos, mordem a mão que os alimenta”.
O jogador de 35 anos fez parte da seleção do Irã na Copa do Mundo de 2018, mas não foi incluído na escalação final da edição deste ano no Catar.
Outras agências afirmaram que ele também foi acusado de “insultar e pretender destruir a seleção nacional de futebol e falar contra o regime”.