Quem era Petraglia antes de chegar no Athletico?

Mario Celso Petraglia e Felipão no Athletico em 2023

Mario Celso Petraglia completou 80 anos no domingo, sendo que quase quatro décadas estão ligadas diretamente ao Athletico. O dirigente polêmico, ambicioso e visionário, querido por jogadores, avesso à imprensa e responsável por mudar o patamar do Furacão.

Gaúcho de Cruzeiro do Sul, Mário Celso Petraglia se mudou para Curitiba na infância. O pai, José Benito Petraglia nasceu em Paysandu, a 378 quilômetros de Montevideu, no Uruguai, e era técnico de balas, doces e chocolates. A mãe, Maria Etlin de Petraglia, nasceu na área rural de Rivera, também no Uruguai, e estudou medicina. Em 1930 eles se mudaram para o Brasil para fugir da crise econômica, na busca por um futuro melhor.

Petraglia nasceu no dia 11 de fevereiro de 1944, o oitavo de dez irmãos. Quando criança, estudou no Colégio Estadual do Paraná. Não era um aluno exemplar em notas, e por isso reprovou na 1ª e na 2ª série do segundo grau. Desanimado, Petraglia ficou um ano longe dos estudos até se matricular no Instituto de Educação do Paraná.

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Desde os 12 anos, Petraglia já ajudava a família nas finanças. Trabalhando e estudando ao mesmo tempo, ele conseguiu se formar na Faculdade de Direito de Curitiba, e se especializou em administração.

Em 1971, Petraglia iniciou a carreira como diretor financeiro na Enco Engenharia Comércio. Uma carreira que teve sequência na Inebrasa e na Inepar. Nesta última, uma das maiores empresas de infraestrutura do Brasil, ele tornou-se sócio minoritário. Foi ali que Petraglia conheceu alguns dos homens mais poderosos do Paraná, como Ophir Woitoviz, Algaci Tulio e Jaime Lerner.

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Futebol e politica andam lado a lado no Paraná, e no Brasil. Temos inúmeros exemplos de cartolas que foram deputados ou senadores. O relacionamento político de Petraglia foi essencial para o Athletico, ele soube usar os contatos dele para fazer as coisas acontecerem a favor do clube.

explica Filipe Andretta, jornalista e advogado criador do documentário ‘Senhor da Razão?’, sobre Mário Celso Petraglia.

— Conheço o Petraglia desde a fase empresarial, até a parte política e depois no futebol. O futebol sempre foi muito presente na vida dele. Sempre foi um financista de mão cheia, sabe como fazer as coisas – lembra Cássio Taniguchi, ex-prefeito de Curitiba.

— Ele sempre foi muito empreendedor e um apaixonado por tudo que fazia. Foi companheiro nosso nas campanhas do Lerner. Vejo o Athletico como uma das glórias da cidade de Curitiba, por mais que seja o grande rival do meu Coritiba… não guardo rancor – brinca Rafael Greca, prefeito de Curitiba.

Petraglia já fazia parte da retaguarda atleticana desde 1970, e em 1984 foi convidado por Valmor Zimermann para fazer parte da diretoria do clube. Um empresário em construção, diante de um Athletico afundado em dívidas e sem o patrimônio que tem hoje.

Em 1994, Petraglia foi coordenador e tesoureiro da campanha do governo de Lerner. No ano seguinte, começa a Revolução Atleticana. Ele estava pronto. Em 1995, Petraglia assume a presidência do Athletico pela primeira vez.

— Todo gênio é difícil. O gênio é uma pessoa diferenciada intelectualmente e preparada para muitas realizações. O relacionamento do dia-a-dia e as relações sociais não são as mesmas de pessoas comuns – crava o cronista esportivo Carneiro Neto.

O Mário era muito poderoso politicamente e eu achava que com ele conseguiríamos dar um “up”, um salto, para sair do marasmo que foi de 1995 para trás. Sempre atrás de dinheiro, com jogador mais ou menos, um time medíocre. 1995 foi um marco divisório do Athletico.

lembra Hussein Zraik, último presidente do Athletico antes de Petraglia.

O segundo episódio da série sobre os 80 anos de Petraglia explica, nesta quarta-feira, por que Petraglia diz ter transformado um “time de bairro” em um clube que incomoda gigantes brasileiros e da América do Sul.

Mário Celso Petraglia é sinônimo de ambição, entusiasmo, inovação e rebeldia, e símbolo de uma nova era no Athletico, a partir das conquistas do Campeonato Brasileiro (2001), da Copa do Brasil (2019) e da Sul-Americana (2018 e 2021).

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