Empréstimo milionário: Como a LFU beneficia o Corinthians

O Corinthians trocou a Libra pela LFU, vendendo direitos de transmissão do Brasileirão de 2025 a 2029 e garantindo um empréstimo de R$ 150 milhões da XP Investimentos. O acordo inclui um "colchão" financeiro que protege o clube contra receitas abaixo do esperado.
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O Corinthians anunciou recentemente sua saída da Libra e adesão à Liga Forte União (LFU). Essa mudança estratégica inclui a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2025 a 2029, com a intermediação da agência Livemode, que também é uma das principais investidoras da LFU. Este movimento envolve um complexo acordo financeiro, incluindo um empréstimo de R$ 150 milhões oferecido pela XP Investimentos.

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Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Detalhes do Contrato

O Corinthians, ao entrar para a LFU, aceitou as mesmas condições de distribuição de receitas dos direitos de transmissão aplicáveis aos demais clubes do bloco, como Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Internacional e Vasco. O modelo de distribuição é o 45-30-25, onde:

  • 45% das receitas são distribuídas igualmente entre os clubes.
  • 30% são distribuídos conforme a posição na tabela do campeonato.
  • 25% são baseados no apelo comercial e audiências das transmissões.

Além disso, a LFU ofereceu ao Corinthians um empréstimo de R$ 150 milhões, a ser pago em parcelas mensais a partir de maio de 2025, com juros de CDI mais 3%. Este empréstimo não é uma antecipação de receitas, mas sim um crédito direto, o que torna as condições financeiras favoráveis ao clube.

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Para garantir uma certa estabilidade financeira, foi criado um “colchão” financeiro. Esse mecanismo permite ao Corinthians manter valores pré-determinados de receitas mesmo que a LFU não alcance a projeção de R$ 1,7 bilhão em receitas. Na melhor das hipóteses, se o Corinthians vencer o Brasileirão, a receita pode chegar a R$ 250 milhões, enquanto na pior, com uma classificação para a Sul-Americana, seria de R$ 175 milhões. Caso a LFU não atinja a receita projetada, a diferença será abatida do empréstimo, limitado a R$ 150 milhões.

Se o Corinthians for rebaixado, não há garantia de receita, e os valores negociados para a Série A não se aplicam. Em tal cenário, seria necessária uma nova negociação para a venda dos direitos das partidas na Série B.

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Bastidores da Decisão

O processo de decisão do Corinthians levou mais de cinco meses. Durante esse período, o clube negociou simultaneamente com a Libra, a LFU e a agência de marketing esportivo Brax. A LFU quase encerrou as negociações quando a Brax se destacou como favorita, mas o presidente Augusto Melo insistiu em obter garantias mínimas para as receitas do clube, conseguindo apenas o “colchão” financeiro.

A decisão final foi influenciada pela falta de confiança de Augusto Melo na Libra, legado de seu antecessor e suspeitas de favorecimento ao Flamengo. Mesmo com uma última tentativa da Libra de oferecer um crédito de R$ 150 milhões e uma antecipação de R$ 65 milhões, o Corinthians optou pela LFU.

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Impacto na Libra

A saída do Corinthians da Libra tem consequências significativas. O contrato da Libra com a Globo, estipulado em R$ 1,3 bilhão por ano, será reduzido em 10% devido à ausência do Corinthians e em mais 11% se o grupo não tiver pelo menos nove clubes na Série A. Com a saída do Corinthians, o valor-base do contrato é reduzido para R$ 1 bilhão por temporada, a ser dividido pelos oito clubes restantes.

Créditos: Liga Forte União

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