Gramado Sintético? Lesão de Vitor Roque esquenta debate sobre seu uso no futebol

A lesão do centroavante Vitor Roque, do Athletico Paranaense, esquentou o eterno debate sobre o uso da grama sintética no futebol. O jogador teve uma lesão ligamentar no tornozelo direito, sem necessidade de cirurgia. A previsão de recuperação é de 30 a 40 dias.

Vitor Roque levou um carrinho do zagueiro Nico Hernández, ex-Athletico Paranaense, na vitória do Furacão por 2 a 1 sobre o Internacional, na última quinta-feira, na Ligga Arena, que usa grama sintética.

jornalista Victor Canedo publicou o vídeo do lance no Twitter e questionou. “Não sou especialista em sintético ou tampouco advogado de gramado natural ruim, mas me parece que o piso teve alguma influência na lesão do Vitor Roque”, disse. Vários torcedores criticaram a postagem e afirmaram que a lesão não tem relação com o gramado, e foi provocada pela imprudência do jogador do Internacional.

Antes da lesão de Vitor Roque, o diretor de futebol do Botafogo, André Mazzuco, foi perguntado sobre a grama sintética durante entrevista para o PodCast O Outro Lado da Bola, no Estúdio Bem Paraná. Ele afirmou que não há estudo comprovado sobre lesões relacionadas à grama sintética e explicou como foi a decisão do clube carioca em adotar esse piso. “Nosso campo ficou maravilhoso, os jogadores amam”, disse. Clique aqui para ver.

perfil DNA do Esporte apresentou um levantamento afirmando que as gramas sintéticas provocam mais lesões. “Fizemos um levantamento das lesões ligamentares que aconteceram nesse Brasileirão de 2023, consideramos apenas lesões de grau 02 e 03 – mais sérias. O estudo indica uma probabilidade maior de lesões em gramados artificiais, a quantidade em campos de grama sintética foi 4,05 vezes maior do que as lesões sofridas em grama natural”, afirmou o DNA do Esporte. “O tema voltou à pauta depois do lance de Vitor Roque, o jogador teve lesão constatada após ficar com o pé preso no gramado da Ligga Arena – apesar de considerarmos a entrada de Nico Hernandez desproporcional, o pé que fica preso ao gramado é o direito, e não o esquerdo, causando assim a lesão ligamentar no tornozelo”, declarou.

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Segundo os dados desse levantamento, foram 1,62 lesões a cada 10 jogos em gramados artificiais. E
0,40 lesões a cada 10 jogos em gramados naturais.

“Sabemos que a amostra é pequena referente à quantidade de jogos que acontecem em cada tipo de gramado, mas o estudo mostra que no ano de 2023, em específico, as lesões sérias acontecem com maior frequência em gramados artificiais. Em um segundo momento, em um novo comparativo, considerando todas as lesões ligamentares sofridas por jogadores de clubes Brasileiros no ano de 2023 (não apenas no Campeonato Brasileiro), a diferença é um pouco menor, a quantidade de lesões em gramados sintéticos foi de 3,00 vezes maior – usamos para essa simulação, o índice de 85% dos jogos em gramados naturais”, disse o perfil do DNA do Esporte.

Exterior
A Holanda decidiu proibir gramados 100% sintéticos na primeira divisão nacional a partir de 2025. Só serão permitidos os naturais e os híbridos (mistura com artificila).

Nos Estados Unidos, em outra modalidade, o futebol americano, a associação dos jogadores (NFL Players Association) pediu o fim da grama sintética.

Grama sintética
A Fifa permite o uso de grama sintética desde 2001. O Athletico Paranaense passou a usar esse piso na Arena da Baixada em 2016. Em seguida, o Palmeiras adotou no Allianz Parque. O Botafogo colocou esse piso artificial em 2023, no Engenhão.

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