Por que Petraglia mudou os planos da SAF do Athletico?

Furacão passou a admitir que um investidor compre a maior parte ou a totalidade da SAF
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Petraglia no Athletico 2023

O final da semana passada foi movimentado no Athletico. Até então afastado oficialmente da presidência, Mário Celso Petraglia voltou com tudo, dando uma longa entrevista e reassumindo seu posto. E entre as declarações dele, tanto ao jornalista Rodrigo Capelo, da Globo, quanto na carta de retorno ao Furacão, a mais impactante foi a de que é possível vender sim a maior parte ou mesmo a totalidade da SAF do Rubro-Negro a investidores.

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Mas por que Mário Celso Petraglia mudou de ideia? Até a última quinta-feira (5), o projeto de SAF do Athletico era único no Brasil – e também bem diferente do que se sabe do clube-empresa pelo mundo. O presidente buscava um parceiro que topasse ser o sócio minoritário, com até 49% do controle do “Furacão S/A”. Isto para manter não só o comando, mas também seguir implementando a mesma política do futebol.

Petraglia já dizia antes – e ampliou essa reflexão na semana passada – que o Athletico estava chegando ao seu limite. Para Rodrigo Capelo, ele resumiu dizendo que o clube “bateu no teto”. Quer dizer, o Furacão não consegue subir mais degraus no futebol brasileiro e sul-americano com o orçamento que tem. Os “quatro ventos” (rebeldia, ambição, inovação e entusiasmo) fizeram o Rubro-Negro dar o grande salto que deu nos últimos 27 anos. Mas agora é preciso de mais dinheiro.

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A SAF turbinada do Athletico

Daí a necessidade de ter um parceiro endinheirado – como Petraglia sempre disse, para figurar definitivamente entre os cinco maiores clubes da América do Sul. E para auxiliar nesta busca, o Athletico contou com a consultoria do Bank of America e da Ernst & Young. Semana passada, antes da entrevista do presidente, o executivo da EY no Brasil, Pedro Daniel, fez grandes elogios ao Furacão“É o maior case do futebol brasileiro”, disse em entrevista à CNN.

Mas, na mesma entrevista, o executivo falou que o projeto do Athletico “é tão bom que talvez seja difícil encontrar um parceiro adequado”. Não era uma simples sensação. A EY acompanhou os passos do Furacão nos últimos meses, inclusive com a viagem para os Estados Unidos. Lá, o CEO do futebol Alexandre Mattos e o diretor financeiro Márcio Lara participaram de um ‘roadshow’ – uma série de apresentações ao mercado da SAF rubro-negra.

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Cresceu o olho

As conversas nos Estados Unidos, as impressões de Lara e Mattos e a avaliação da EY chegaram a Petraglia. Sabendo que o humor dos investidores aponta para o caminho de serem majoritários nos clubes, o presidente do Athletico pressentiu que era o momento de ajustar o discurso. No final das contas, a entrevista e o retorno ao cargo vieram juntas, dando eco ao novo posicionamento rubro-negro.

Se alguém perguntar a Mário Celso Petraglia, a visão dele – que é a visão do Athletico – para o “mundo ideal” da SAF segue sendo a de receber um investidor minoritário. Mas o clube não vai brigar com o mercado, que está bastante aquecido, e interessado em um ativo como o Furacão. Por isso, a previsão de que o Rubro-Negro terá um parceiro até o dia 26 de março de 2024, dia do centenário, segue real. Mas talvez não no modelo que era imaginado.

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